sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Peça de Nelson Rodrigues repete o sucesso em São Paulo

Leona Cavalli, Regina Braga e grande elenco têm recebido longos aplausos em sessões de “Senhora dos Afogados”, espetáculo com sucesso também de crítica


Leona Cavalli em Senhora dos Afogados/Divulgação


Por Mera Teixeira @mera.teixeira


O espetáculo está de volta. Visto por mais de 20 mil pessoas e com cinco indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, “Senhora dos Afogados” está em cartaz no Teatro Oficina, em São Paulo, até 23 de dezembro.

 

A peça de Nelson Rodrigues convida o público a encarar seus próprios abismos. O elenco de peso é formado por Monique Gardenberg, Marcelo Drummond, Regina Braga, Leona Cavalli, Lara Tremouroux, Kael Studart, Larissa Silva, Cristina Mutarelli, Giulia Gam, Michele Matalon, Lígia Cortêz, Roderick Himeros,  Sylvia Prado, Vick Nefertiti, Marcelo Dalourzi, Alexandre Paz, Danielle Rosa, Kelly Campêllo, Mariana de Moraes, Selma Paiva, Zizi Yndio do Brasil, Tony Reis, Victor Rosa, Carlos Eduardo Samuel, Felipe Botelho e Pedro Gongom Manesco, sob direção de Monique Gardenberg.


Escrita em 1947, é um mergulho denso no inconsciente familiar — uma tragédia brasileira em forma e espírito, marcada por paixões, mortes, desejos incestuosos e pela atmosfera fantasmagórica de uma sociedade à beira do colapso.


Nelson Rodrigues, como dizia Zé Celso, é um artista “dionisíaco, que estupra todas as máscaras sociais no cosmos da “Vida Como Ela É”. Ele é “um outro”, para lá do bem e do mal, tão imenso quanto Shakespeare, Rimbaud e Oswald de Andrade.


Na atual encenação, o espaço cênico é atravessado por elementos audiovisuais, trilha original e ambientações sensoriais. Um coro de “putas do cais”, evoca Zé Celso, reforça o clima onírico e alucinatório da narrativa.


Ambientada em uma casa à beira-mar, onde o oceano é mais que cenário — é extensão simbólica da psique familiar — a peça propõe um mergulho nos limites entre realidade e delírio, desejo e culpa. A casa, impregnada de sal, luto e memória, torna-se um organismo vivo: respira com as marés, ecoa as vozes silenciadas, e revela as camadas subterrâneas de uma família dilacerada.


No centro da trama está Misael (Marcelo Drummond), juiz assombrado por segredos que emergem das profundezas da própria história. Ao seu redor, giram personagens tomados por impulsos inconfessáveis: Moema (Lara Tremouroux), a filha intensa e intuitiva, e Eduarda (Leona Cavalli), esposa e figura central de uma dinâmica familiar marcada por silêncio, poder e ressentimento.

Regina Braga em Senhora dos Afogados/Divulgação


Serviço:

“Senhora dos Afogados” em cartaz até 23 de dezembro

Terça às 14h30, sexta e sábado às 20h, domingo às 18h

Teatro Oficina - Rua Jaceguai, 520, São Paulo - São Paulo

Cena de Senhora dos Afogados/Divulgação



Cena de Senhora dos Afogados/Divulgação


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